Depois da provocação que aqui deixei ontem, consegui então o astronómico número de seis comentários (logicamente, este numero pode ficar desactualizado). Se descontarmos o comentário já habitual da minha fã e se descontarmos um outro vindo do Brasil, que nitidamente tinha acabado de descobrir este blog, ficaram então quatro anónimos, um deles é um figueirense agora a banhos por terras alentejanas.
Contou-me que tinha descoberto aqui o Cu através de uma busca sobre a Figueira da Foz. Pois é, uma das características do figueirense é que mesmo fartando-se de dizer mal desta bela cidade quando está fora fica cheio de saudades. Conclusão. O figueirense é masoquista.
Para todos os figueirenses espalhados por esse mundo fora, cheiinhos de saudades e também para aqueles que ainda por cá estão mas têm saudades dos tempos em que esta cidade valia alguma coisa, deixo aqui o link de um blog fantástico que eu só descobri este fim-de-semana. Aqui vai:
Figueira OlharMas não se pense que este é a única característica do figueirense. Não... não é. No fundo o figueirense sofre de portuguesite aguda, ou seja, dizer mal de tudo e de todos mas ainda mais do que o comum português. Ahhh! E com a agravante de que depois não faz nada para resolver os problemas dessas queixas.
É por isso que sempre que eu vejo alguma notícia sobre uma qualquer manifestação por estas bandas farto-me de rir. Quando foi a vigília pelo fecho da maternidade eram meia dúzia. O único que vai a todas é o querido Urbano, que é assim uma espécie de emplastro. Ainda no outro dia quando os noticiários passaram imagens por causa do julgamento do meu primo de Santa Comba Dão, lá estava ele a rir-se todo para as camaras.
O figueirense é contra mas conta sempre que os outros lá vão. A ele é que não lhe dá jeito.... está bom tempo para a praia... ou para uma caminhada na avenida... ou para ficar em casa a ver um filme... ou... enfim, não dá jeito, pronto!
Se fosse em Peniche ou na Nazaré, cidades com algumas parecenças com a nossa, lá estaria uma peixeira de 90 anos a reclamar, alto e em bom som "
quero ter o meu próximo filho aqui.... onde já tive os outros 20!!!!"O belo figueirense critica o abandono do Oásis, mas tirando a novidade do primeiro ano, nos anos seguintes em que lá se passou alguma coisa nunca lá punha o cu .
O figueirense fica resignado por o comércio local estar em completa falência, mas o que é certo é que quando tem que comprar alguma coisa vai até Coimbra. "
Ahhhh, tem mais escolha", dizem elas. Sim, porque na parte das compras elas é que são as principais responsáveis.
A última vitima desta característica local foi a própria Mercedes. Quando há uns anos a Mercedes decidiu abrir um Stand por estas paragens eu estranhei. Questionei até se o figueirense tinha poder de compra que justificasse um stand cá e disseram-me todos contentes "
ahhhh, mas nós fizemos um estudo de mercado".
Deve ter sido uma coisa do tipo ligar para casa de um figueirense e perguntar-lhe "
Se tivesse dinheiro comprava um Mercedes????". Esqueceram-se foi de perguntar se comprava mesmo sendo o stand na Figueira. É que mais facilmente ele vai ali para os lados de Leiria comprar o carrito.
Li no outro dia que o presidente da Naval bate com a porta se não tiver um estádio novo. Ora eu cá acho muito bem. Eu ainda sou do tempo em que a Naval jogava na terceira divisão e o estádio já era aquele. O relvado não existia mas a malta ia lá toda ver os fora-de-jogo do Paredes, os cruzamentos do Caldeira, as defesas do Catrapila ou as caneladas que o João Gonçalves distribuía.
Depois a naval subiu à segunda divisão, veio o relvado, mas a malta continuava a lá ir. Na altura dizia-se "
a Figueira precisava era de um clube na primeira divisão. Isso é que era...". Por estas alturas organizavam-se excursões para ir ver o Benfica ao Municipal de Coimbra.
Agora que finalmente estamos na primeira, já com consistência, sem aquela coisa do sobe e desce, acho que sim, que é justo um estádio novo. É que este é muito grande. Para as claques adversárias chega uma bancada com 100 lugares e para os figueirenses qualquer meia dúzia de lugares chega já que ninguém lá acenta o pacote.
Quero chamar a atenção de que eu sou figueirense de gema, nascido na casa da mãe, que agora é nem mais nem menos do que as instalações de uma espécie de Universidade, por isso também eu sofro de todos estes sintomas.
O verdadeiro figueirense, como eu, é aquele gajo que sempre que pode diz "
não se faz nada para cativar o turismo nesta terra!!!! O verão são só as três primeiras semanas de Agosto!!!", mas depois quando chega o mês de Agosto já só pensa "
estes cabrões nunca mais se vão embora... um gajo quer estacionar e não pode.... um gajo vai à praia e não tem lugar.... farta-se de andar na areia para depois estar misturado com essa gentalha.... um gajo quer ir beber uma mini e não há vagas nas explanadas..... porra, que foi o parvalhão que inventou uma música a dizer meu querido, mês de Agosto.... vou é para fora.... onde não haja nevoeiros matinais e vendaval a toda a hora.... nem turistas pé de chinelo com o belo calção de praia a combinar com a camisa e o sapatinho de vela. Ahhhh, já para não falar no par de raquetes da bela meiazita."A verdade, verdadinha é que depois, passado uma semana ficamos cheiinhos de calor... que mais não é do que saudades.... é a falta do vento.... é a falta do sossego.... de demorar 15 minutos para chegarmos a qualquer lado.... de deixarmos os putos a brincar no jardim enquanto passamos pelas brasas sentados no banco porque conhecemos todos os pais que lá estão.....e voltamos..... porque basicamente, faz-nos falta algo para dizer mal.
Viva o figueirense. Viva!!!
.