Está quase. Amanhã é o meu último dia de trabalho e ainda amanhã sigo para o meu destino de férias.
Nestes últimos 10 anos optei (ok, ok, reconheço que fui obrigado pela minha querida mulher) sempre por fazer férias na praia, sempre com destinos fora da Figueira da Foz. Pois bem, este ano consegui convencer a minha querida mulher a trocar as férias de praia por umas férias mais radicais, umas férias de aventura.
Eu sei que com uma criança de seis meses é arriscado mas mesmo assim vamos. Já ninguém me convence do contrário. É JÁ SEXTA-FEIRA. CHEGA ÀS SEIS HORAS, SAIO DA FÁBRICA, ENFIO-ME NO CARRO E PUMBA, AÍ VOU EU PARA...PARA... PARA A FIGUEIRA DA FOZ.
Há lá férias mais aventureiras do que aqui, na rainha das praias? Ahhhhh não há não. Já estou mesmo a ver.
DIA 1.7 da matina. Acorda o puto aos berros e acaba o sossego em casa. Está dada a alvorada. Como de costume, o sol fez noitada e ainda não chegou à Figueira da Foz. Começam os primeiros debates "
Então? O que é que vamos fazer hoje?". A minha filha de seis anos acaba de chegar à cozinha e responde ainda ensonada "
vamos à praia". Como é o primeiro dia, acedo.
10 da manhã. Finalmente conseguimos sair de casa. Quem tem dois filhos percebe como se consegue demorar três horas para sair de casa. O sol continua a dormir. Só o nevoeiro patrulha os turistas que já estão na praia, ainda vestidos dos pés à cabeça a guardarem com unhas e dentes o seu bocadinho de areia. Recuso-me a fazer parte deste grupo e digo à minha mulher "
aonde é que vamos até o sol descobrir?"."
Vamos até ao Jumbo que tenho que lá ir comprar uma coisa".
11 horas. Finalmente o sol digna-se a levantar. Com ele chega também o vento e está assim na hora de ir para a praia. Buarcos foi a praia escolhida mas a falta de estacionamento vai-nos empurrando para a frente. Consigo estacionamento na praia de Quiaios. O mar está de tal maneira que nem o próprio Mark Spitz consegue nadar nele. Desistimos de lutar contra o vento ao fim de 2 horas.
1 hora. É tempo de encher o papo. Já que estamos ali em frente vamos ao Náutico, na praia de Quiaios. Uma hora a tentar que o empregado se digne a vir até à minha mesa ver o que é que eu estou ali a fazer. Para não estragar a dieta peço uma sandes de frango. Vem servida em pão tipo "baguette", já do dia anterior e sem sequer ser aquecido. Toma lá que é para aprenderes.
3 da tarde. Mais uma tentativa de fazer praia já que a minha filha decide fazer birra pois ainda nem conseguiu molhar os pés. Optamos agora pela praia do Hospital pois ai há mais facilidade de estacionamento. Duas horas e 168 carreiras depois está na hora de ir tomar um banho caseiro para tirar o salitre. São agora 6 da tarde.
7 da tarde. Continuo na fila de trânsito que sai da praia.
7.30 da tarde. Finalmente já tenho a rotunda da Gala à vista.
8 da tarde. Chego finalmente a casa.
Uma das vantagens de fazer férias na Figueira da Foz é que posso sempre telefonar à minha mãe para ficar com os putos um bocado para um gajo descansar a cabeça. Foi isso que fiz para poder ir jantar sossegado com a minha querida mulher.
10 da noite. Nova discussão.
"Aonde vamos jantar?". Não há escolha possível. Vamos onde houver lugar. Acabamos no Restaurante Scala a comer comida Indiana. É bom mas deixei lá o couro e o cabelo.
Meia-noite. Já que estamos ali ao pé vamos ver um dos 49
concertos que o Grande Casino da Figueira nos reservou para este ano. Levo com o Mário Mata. "E não há nada para ninguém, não há nada para ninguém...." debitam as colunas enquanto eu penso "
é bem feito. Quem é que te mandou dizer mal dos concertos do ano passado".
DIA 27 da matina. O Gonçalo, o galo lá de casa, dá o sinal de alvorada como costume. Segue-se o primeiro debate do dia. "
Aonde vamos?". A minha filha pede para irmos a uma piscina como aquela em que estivemos em Maio no Algarve. Referia-se a um Aqua-parque. Não vamos ao Teimoso porque ela referia-se a um Aqua-parque. Um Aqua-parque. Um Aqua-parque a sério e não uma piscina para lavar pés. O mais próximo é em Pombal. Todos para o carro e lá vamos nós.
8 da noite. Contabilizei que entre viagens para Pombal e a travessia da rotunda da Gala estive cinco horas dentro do carro. Já estou a ficar farto de férias. Dói-me o cu dos escorregas e assim decidimos ficar em casa a ver televisão, que por estes dias deve estar a transmitir uma qualquer festa no Zoo-Marine, ali para o lado
dos Algarves.
DIA 37 da matina. Pontualidade britânica, a deste galo. Está a morrinhar. Temos então a conferência do costume. Fica então decidido que vamos fazer o que fazem todos os veraneantes quando o tempo não está de praia. Bute ao centro comercial. Como na nossa querida terrinha não temos nada com esse nome, temos então um novo passeio, desta ver para Coimbra para o novíssimo Fórum.
11 da noite. Finalmente em casa. Estou de rastos mas ainda com forças para fazer um telefonema. "
Estou? Sim? Engenheiro? É o Cu. Olhe, será que posso interromper as minhas férias e ir trabalhar já amanhã? Sim? Obrigado".
De Gato a sonhar com gaivotas a 27 de Julho de 2006 às 15:54
ahahahahahahahahahaha e viva a Figueira no Berão..olhe amigo eu fui prás Berlengas...as ùnicas pessoas da Figueira que encontrei tinham asas...também lá estavam em gestação, para um dia destes aterrarem novamente lá para as bandas do porto de pesca.
De Anónimo a 27 de Julho de 2006 às 16:48
Eu também começo as férias amanhã, mas vou transumar apenas daqui a uma semana. Visto que onde eu vivo, a grande transumância é este fim de semana. Mas vou para a Figueira, e até pensei que talvez por la visse o cu, mas se no fim de três dias, ele ja esta farto de férias, e se pede para voltar ao trabalho, é porque o trabalho não é muito dificil.
E eu até concordo, estar a aturar cachopos, e ainda são os dele. Aos anos que aturo os meus e alguns que nem sem quem eles são.
que sorte. Boas férias...
De Tony a 28 de Julho de 2006 às 14:17
Eh!Eh!Eh! Impossível explicar melhor o horror, o massacre, a ignomínia, que é viver na nossa cidade no mês de Agosto (Agosto, porque felizmente a turba que nos invade tem vindo a diminuir). Uma cidade que nada tem para oferecer a turistas de QUALIDADE e com dinheiro (veja-se o caso de Óbidos durante QUASE TODO o ano). Nós, figueirenses, temos aquilo que merecemos: carros, turistas de "péssima qualidade" e ossos de frango nas praias e nos parques. Não nos podemos queixar porque também não temos nada de QUALIDADE para oferecer. Boas férias!
De Anónimo a 9 de Setembro de 2006 às 21:22
Raios parta o galo!
Consegue acordar-nos à mesma hora!
a vizinha do Cu
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