Cinco dias de licença de paternidade. Parece muito, não é? Vamos então ver.
Como a minha filha já tem seis anos, eu já não me lembrava deste doloroso processo que é a licença de paternidade. Agora, que estou com a memória fresquinha, deixo aqui o meu testemunho, na esperança de ser útil a futuros pais.
DIA 1 - A CHEGADA A CASADepois de três noites em que voltamos a estar solteiros, este primeiro impacto pode causar algumas depressões. Após três dias e três noites em que a nossa cara-metade (no meu caso, cu metade) faz umas férias no hospital, chega o dia em que os médicos a correm de lá para fora e ela regressa a casa. Foi neste dia que eu iniciei a minha licença de paternidade.
Se me permitem, dou já aqui um conselho. Uma vez que a querida esposa só deve ter alta médica por volta do meio-dia, aproveitem, aproveitem muito bem e durmam o máximo que puderem pois tão cedo não voltam a ter esse prazer. No meu caso isto não foi possível pois a minha filha de seis anos recusou-se a apanhar o autocarro para a escola e eu tive que me levantar para a ir levar.
Se este também for o seu caso recomendo que, uma vez que já está acordado, aproveite as horas seguintes para dar uma boa arrumação na casa, já que com três dias de cuidados masculinos é bem provável que estejam algumas cuecas por cima de um candeeiro, ou meias no chão, ou louça para lavar, camas para fazer, lixo para despejar e outras coisas que tal. Se prescindir desta fase da arrumação é muito provável que umas horas mais tarde fique a conhecer o mítico stress pós parto.
Ao meio dia devemos estar prontos para ir buscar a esposa e o descendente ao hospital. Exercite bem os músculos para não ter nenhuma rotura ou distensão muscular, pois vai ter muito que carregar.
Por volta das 12.30 horas deve estar a entrar no carro. Uma hora depois ainda deve estar à porta do hospital às voltas com a colocação da cadeirinha do bebé (mais conhecida por ninho) no carro. Após vinte e sete leituras do manual e de algum contorcionismo lá conseguimos arrancar.
Chegada a casa, 14 horas. Já está tarde para ainda ir fazer o almoço. É nesta altura que ocorre a primeira de muitas saídas de casa. Esta é para ir buscar o almoço a algum lado. Pizzas é sempre uma boa solução. Depois do almoço prepare-se para arrumar a cozinha. Se não está habituado a esta tarefa, habitue-se, pois agora vai ser o prato do dia, já que daqui para a frente a sua querida esposa vai passar a maior parte do dia com a teta de fora. A má notícia é que não é para si.
Depois da cozinha arrumada, quando se prepara para um pouco de descanso neste primeiro dia de "férias", ocorre a segunda saída do dia. Ida à farmácia, há que comprar qualquer coisa para as dores.
Uma hora depois estamos de volta para cinco minutos depois tornarmos a sair. É necessário ir ao supermercado comprar compressas para as mamas que não param de pingar. Aproveite esta saída e pare cinco minutos para beber um café e fumar um cigarro. Lembre-se. Se não fuma esta é uma boa altura para começar.
De regresso a casa nem vale a pena desligar o carro, é altura de ir buscar a outra filha à escola. Depois segue-se o banho dos filhos. Cigarro. Ajudar nos trabalhos de casa. Cigarro. Fazer o jantar. Cigarro. Arrumar novamente a cozinha. Cigarro (e eu que só fumava três cigarros por dia). Deitar o filho mais velho. Cigarro.
São 11 da noite. Extraordinário como o tempo passa. Já nem vale a pena ir ver televisão. Directo para a cama. Quando já estou prestes a dormir... lá ao fundo do túnel... começo a ouvir algo
...... uuuuuuuuuuaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh...... uuuuuuuuuuaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh..... uuuuuuuuuuuaaaaahhhhhhhhhhh. Está na hora de mais uma mamada, para o bebé, é claro...
Ah pois é!
Isto não é só dar ao... CU!
:)
De Anónimo a 15 de Fevereiro de 2006 às 15:55
Olha gajo!!!
Cá está outra vez este cobardolas, escondendo-se no anonimato dos óculos escuros e dizendo chamar-se Paulo não sei quê.
Ouça lá, por que é que não dá a cara e assume aquilo que escreve?
Porque finge assumir uma identidade (provavelmente falsa) e depois se escuda nos óculos escuros para ninguém saber quem você é?
Dê a cara, seu cobardolas.
Amigo Anónimo. Pelo menos o Paulo não sei quê, dá a cara e o nome enquanto o Sr, não dá rigorosamente nada. Com que moral é que lhe pode chamar cobardolas?
De Anónimo a 15 de Fevereiro de 2006 às 23:17
Quem é q anda agora aí a defender o Dâmaso??? Claro, tinha que ser um cu (pelo menos tem cara disso...).
De Anónimo a 17 de Fevereiro de 2006 às 16:22
O que é preferível?
Um Paulo que dá a cara, um anónimo que não dá rigorosamente nada ou um gajo que dá o cu???
Aparentemente, o gajo que dá o cu. Pelo que se pode ver na televisão e não só, está na moda...
Comentar post