Pronto. Chegou a altura de pôr um fim à minha aventura pelos móveis suecos.
Faltava então ir buscar as peças maiores, ou seja, o boliche e a secretária. Como não estava disposto a gastar mais um tusto para além do preço da mobília tinha de arranjar maneira de ser eu a transportar a dita!
A grande dúvida residia se a conseguia colocar no Cumobile, depois de retirar todos os bancos traseiros e transformar a viatura numa enorme banheira de dois lugares ou se teria que cravar a alguém um meio de transporte para alombar com as caixas.
Como sou um gajo prevenido no primeiro dia tirei as medidas à caixa onde vinha o boliche. Essa era a única peça do mobiliário que poderia não caber na viatura desmembrada de bancos.
Depois dos bancos retirados cheguei à conclusão de que a caixa não cabia ao comprido mas que se a enfiasse na diagonal, ao alto, uma extremidade atrás do banco do pendura e a outra parte já do meu lado a coisa acomodava-se.
Foi assim que no dia seguinte, logo ao nascer do sol, parti novamente para Matosinhos. Desta vez a viagem foi mais rápida pois dei logo com a saída 7 da via rápida.
Chegamos ao Ikea e não conseguimos entrar directamente na zona do armazém. Os estúpidos dos Suecos obrigam um gajo a passar novamente pela parte da loja.
Bem..... estúpidos é como quem diz..... afinal de contas graças a isso ainda acabei por inchar com mais um espelho de corpo inteiro e meia dúzia de panelas!!!!
De carrinho em punho cheguei finalmente junto ao boliche e foi ai que me apercebi que na caixa também tinha escrito o peso da coisa. Quase 100 quilos.
Claro que se o meu casamento fosse um casamento homossexual, o meu parceiro seria por certo um daqueles eunucos que anda lá pelo ginásio a levantar aos 200 quilos em cada braço e assim pegaria na caixa do boliche só com uma mão, mas não! O meu casamento é o convencional, autorizado pela Igreja católica e apostólica, ou seja, coabito com um ser isento de testosterona!
Assim que se apercebeu do peso da caixa a senhora Cu disse logo: “eu não posso pegar nisso! Já viste bem o peso? Ainda me saltam as hemorróidas....”. Conclusão: foi aqui o burro que alombou com a carga toda.
Comecei por puxar a caixa cerca de meio metro para fora da prateleira..... “hummmm..... hummmmm.... força...... ahhhhhh.... hummmmm..... fodasse..... já estou com uma hérnia aos saltos..... hummmm....... ufa..... já está.”.
Depois aproximei o carrinho da caixa e bastava faze-la tombar para cima e depois empurra-la toda para cima deste. Esta parte final implicava que a senhora Cu conseguisse manter o carro parado no mesmo sítio, tarefa que se mostrou impossível
“Raios partam as mulheres que não servem para nada”, disse eu, enquanto numa posição digna do Kama Sutra puxava a caixa para o carrinho enquanto com a perna tentava manter este imóvel. Resultado final: 3 litros de suor, 27 calorias gastar e a espondilose aos saltos.
Cheguei à caixa, paguei tudo e dirigi-me para o Cumobile rapidamente. Só pensava em colocar aquilo no carro e sair dali o mais depressa possível. Tão cedo não quero ouvir falar em coisas Suecas..... bem..... a não ser aqueles objectos de arte loiros com longas pernas até ao cu.
Abro o porta bagagens e quando enfio lá a caixa chego à conclusão que não cabe tudo. Porra.... sempre tive este problema....... e sim, desta vez estou mesmo a falar disso que estão a pensar. Por muito que me esforce nunca consigo enfiar a porra dos tomates!!!
“Bom, aparentemente enganei-me nas medidas”, disse eu à senhora Cu.
“Bem se vê que és Engenheiro!!!”, respondeu-me o camafeu!!!!
Foi já com o sangue a ferver que retirei tudo da bagageira. Abri a caixa do beliche, retirei todas as 3000 peças que fazem parte do mesmo e recoloquei-as a monte na bagageira enquanto pensava cá para mim:
“A tua sorte é esta merda do boliche não ter rodas senão ia já montado, atrelado ao carro e tu ias lá em cima..... podia ser que caísses e te perdesse!!!!!!!!”.
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