Em 2005 não havia Facebook. Sim, pode parecer-vos impossível mas é verdade, pelo que quem se queria entreter umas horas na Internet tinha duas opções: a blogosfera ou a pesquisa do melhor par de mamas.

Por essa altura, no intervalo das mamas eu seguia uma boa meia dúzia de blogues, hoje já todos extintos e foi assim que um dia pensei “deixa-me cá ver como é que se faz um blogue” e pumba, surgiu O Cu do Mundo. Supostamente um blogue de humor com algum cariz sexual e muita sátira. Ora, para poder usufruir desta última em todo o seu esplendor era necessário uma só coisa: autor anónimo! Nunca pretendi daqui fama mas somente divertir-me um pouco sem retaliações pelo que o meu anonimato foi sempre a única regra a não quebrar.

De ínicio não levei a coisa muito a sério, tinha poucas expectativas e como não sou gajo para me chatear muito pensei que isto ia durar pouco, que depressa me fartava, mas o facto é que dia para dia o número de visitantes ia aumentando e com isso mais e mais vontade de escrever.

Quando este Cu atingiu o auge chegava-se a ver diariamente por estas paragens aos 500 curiosos, penso que não tanto pelo que aqui se escrevia, mas mais na tentativa da descoberta de uma qualquer pista sobre quem seria esta personagem, um tal de Big Ass. Muitas vezes fui inquirido: “és tu que escreves o Cu do Mundo”, ao qual eu respondia sempre “O que é isso?”

No fundo o jogo do gato e do rato dava-me um certo gozo, fazendo-me aqui contar varias historias pessoais, sempre elevadas ao extremo da imaginação e do exagero, tentando contudo preservar o anonimato.

Foram bons anos, por duas ou três vezes cheguei a desistir mas ao fim de um ou dois meses voltei.

Desta vez já chega. O blogue esta em coma, moribundo a pedir para ser desligado das maquinas. Estou cansado, desalentado e sem disposição para me rir. De quem é a culpa? Aparentemente, de todos nós!

Tudo na vida tem um fim. Nada é eterno. Se me voltar a apetecer escrever recomeçarei um novo projecto, há sempre algo de entusiasmante num novo projecto, agora aqui há que dizer basta..... e para que não tenha nenhuma recaída, aqui fica o ponto final.