Sexta-feira, 10 de Agosto de 2007
Pois é... meus amigos... o dia ia acabar por chegar. A partir das 17 horas de hoje estou oficialmente de vacances até dia 3 de Setembro. Olé!!!!!!!!! A primeira semanita vou andar aqui pela gandara para fazer o estágio para a segunda semana que vou rumar até às Canárias.
Porque as Canárias?, perguntam vocês. Ora.... é fácil de perceber a analogia. Se Canário é pássaro, Canária é pássara. Foi só por isso. Espero vir de lá com o papo cheio!!!!
A terceira semana vai ser novamente por terras Figueirenses e por certo com muito que contar. Até lá, vão ficando com umas emissões do
Recordar é Viver.
E porque finalmente os meus dias de praia vão começar, hoje decidi brindar-vos com este texto, já com dois anos mas ainda assim....... actual.
BANHISTA CARACOLOra aqui estou eu, na Praia do Cabo Mondego, Buarcos, Figueira da Foz. Hoje o bom tempo voltou e as minhas duas mulheres ordenaram-me que fosse para a praia com elas e mais uma vez não tive escapatória possível.
No entanto, até que não fiquei muito aborrecido pois estava com curiosidade de experimentar a minha nova vertente de banhista. Como já sabem do "post" anterior, eu estive a observar no domingo as actividades dos outros banhistas na praia e escolhi aquela que achei mais adequada à minha pessoa.
Graças a isso, aqui estou eu, feliz da vida, com o meu velhinho portátil ZX Spectrum de teclas de borracha a escrever-vos. O que vocês ainda não sabem é o nome que eu dei a este tipo de banhistas no qual eu agora orgulhosamente me incluo-o. Somos os banhistas caracol... e não, não tem nada a ver com cornos ao sol, antes pelo contrário, os que têm cornos até que os têm à sombra. Tem a ver com andarmos com a casa às costas. À pois é... eu não trouxe só o computador portátil não senhora.
Ontem aproveitei o mau tempo e investi todo o meu subsídio de férias no seguinte.
-Uma arca frigorífica (há quem lhe chame geleira) da Camping gás.
-Uma mesa com bancos, que além de ser portátil é desdobrável para caber no porta bagagens do carro.
-Um fogareiro para assar a bela febra de porco. Porco branco que eu com o preto não quero nada.
-5 kg de carvão mais abanador e grelhas.
-Uma grade de Super Bock para atestar a arca.
-Uma televisão portátil que infelizmente não funciona pois esqueci-me de comprar uma bateria de automóvel para a ligar.
-Um rádio leitor de Cd's, também conhecido por tijolo, com o último trabalho do
Dino Meira (que eu desde já recomendo), lá dentro para ouvir quando a música da Rádio Clube Foz do Mondego não me agrada, o que diga-se já, é raro.
-Por fim, uma barraca, se bem que a barraca não foi comprada, pois nesta maldita terra não se consegue comprar aqueles chapéus-de-sol com xaile para fazer a barraquinha. Diz que já não se usa... modernices. Assim sendo, a minha querida esposa comprou um tecido em promoção ali numa loja da Rua da Republica e como tem jeito para a costura fez ela própria a nossa barraquita. Até tem janelas e tudo.
E foi assim que hoje logo pela manhãzinha, ainda não deviam ser 9 horas chegamos à praia. Fomos os primeiros e escolhemos logo o melhor lugar, ali junto as escadas que descem para a praia, mesmo encostadinhos às pedras do muro da estrada. Quando no domingo estive a observar os banhistas caracol perguntei a mim próprio porque é que seria que todos montavam a tenda ali mesmo em cima das pedras, onde mal se vê a água, onde se ouve o barulho dos carros em vez das ondas do mar e se cheira a mijança em vez da maresia?
Pensei que devia ser proibido ir para a zona dos chapéus para não tirar visibilidade às outras pessoas mas afinal descobri que é porque carregar este aparato todo de coisas custa para caraças. Fiquei tão cansado que às 10 horas já estava a acender o fogareiro para assar uma chouricita para o segundo mata-bicho.
A experiência até nem é má, podemos ver quem chega e quem sai da praia. Estamos sossegaditos, só aqui estão mais duas barracas do género, mas estão tão distantes que as músicas dos nossos rádios não se chegam a misturar.
Temos óptima visibilidade nos jogos de futebol que os putos fazem por trás dos chapéus de praia, já perto desta zona onde estou.
Ah, já me esquecia, também podemos ver aqueles casalinhos que como ainda não têm casa própria vêm namorar para a praia e para serem mais discretos ficam aqui mesmo em cima, no coça roça. Até já pensei começar alugar a barraca e tudo.
Estou a ficar sem bateria no portátil, por isso tenho que me despachar. Em jeito de resumo, a experiência é engraçada mas para estar o dia todo sentado à sombra, a ouvir o
"meu querido mês de Agosto..." do amigo Dino Meira e a escrever ao computador, parando só para dar uns beijinhos na loura (a Super Bock, é claro, que as minhas duas mulheres são morenas) podia muito bem ter ficado em casa e poupava um dinheirão na tralha toda que comprei.
Acho que amanhã vou tentar a evolução para banhista Papagaio.
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Terça-feira, 31 de Julho de 2007
Voltemos então ao domingo de praia. Depois do
Cumobile estacionado dirigi-me ao muro da praia e a minha primeira sensação foi que a lotação estava esgotada. De certeza que algures havia de estar um cartaz onde anunciava que a lotação já tinha sido largamente ultrapassada.
Os meus lábios abriram-se e ainda me saiu um
"vamos embora....", mas como de costume a vontade das mulheres prevaleceu. O que vale é que aquilo não tem porteiro e eu conheço algumas tácticas de guerrilha que me permitiram arranjar o espaço necessário só para espetar o chapéu-de-sol!
Uma das minhas tácticas preferidas é usar uns calções muito velhos que tenho em que o forro há muito que faleceu. Basta chegar, abancar junto a um grupo de pudicas, deitar-me e abrir as pernas ligeiramente. O tomate, desejoso de apanhar um pouco de ar puro trata do resto ao vir cá fora fazer umas visitas.
Mas eu já disse, não estava nos meus dias. Se havia algo que precisava de arejar era a cabeça.... aquela que trago em cima dos ombros.... então, para não ter muito trabalho utilizei a táctica 327. Soltei os putos.... tirei a fralda ao mais novo, o açaime à mais velha e foi vê-los a correr por ali fora à procura de um sítio.
Tinha acabado o sossego para quem já lá estava. O mais novo consegue correr e mijar ao mesmo tempo, tudo graças à novidade que é o arejamento daquela zona intermédia. A mais velha grita que nem uma bezerra e corre que nem uma gazela. Cinco minutos depois havia algumas toalhas que estavam completamente camufladas com o resto do areal.
Ganhei logo espaço suficiente para a construção de uma moradia com piscina. Não precisava de tanto. Dois metros quadrados são suficientes para estacionar a minha mega toalha da HP.
Foi já no sossego da aragem marítima que me apercebi que a praia até nem estava tão sobrelotada quanto isso. O problema é a desordem que para ali vai. Meus amigos.... organizem-se. Desculpem lá... mas alguém tem que pôr mão nisto. Meus senhores da Assembleia da República, parem lá de brincar com assuntos que não têm jeito nenhum e tratem mas é do bem-estar dos portugueses.
É necessário imediatamente uma lei de ordenamento territorial para as praias. Assim como está é que não pode continuar. Eu sugiro até que cada praia concessionada escolha o ordenamento que lhe convém e metam mas é o nadador salvador a orientar aquilo, como se fosse um arrumador de carros. Os dias de papo para o ar e bronze de fazer inveja têm que acabar.
Por exemplo. Na zona da bola de nívea o ordenamento podia ser todo com as toalhas na perpendicular à orla marítima e quem quisesse deitava-se com a cabeça virada para o mar e quem não gosta de água virava-lhe a peida. Se alguém teima-se que não era assim que queria estar o nadador salvador, agora promovido a nadador arrumador usava o apito para alertar da irregularidade que estava a ser cometida. Se o infractor não obedecesse o arrumador podia usar aquela bóia que parece um supositório gigante e dar-lhe um uso digno do formato!
Seguíamos para o areal em frente ao Ringo e ai teríamos as toalhas todas alinhadas com a rebentação na areia. Deixamos depois toda a zona que vai desde o Oásis até à Tarmagueira para a concessão de espaços para as piores criaturas que frequentam a praia. Não, não! Não estou a falar da pulga da areia. Estou a falar daqueles seres que ainda têm uma costela de girassol e que de meia em meia hora estão a reposicionar a toalha na direcção do sol.
Para este concessionário temos que reservar os arrumadores mais experientes e com maior fôlego já que de meia em meia hora vão ter que apitar forte e em bom som para que todos ao mesmo tempo se levantem e reposicionem as respectivas toalhas, evitando assim a anarquia típica das áreas que não são concessionadas.
Sim, teremos que ter na mesma espaços não concessionados tal como já temos agora. É preciso espaços assim para que gajos como eu possam ir à praia. É que eu sou daqueles que estendo a toalha para onde estou virado.
Claro que normalmente estou virado para a paisagem mais curvilínea da zona!!!!!!!
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Segunda-feira, 30 de Julho de 2007
Foi ontem!!! Foi ontem!!!!! Foi ontem que ouve alguma actividade na zona das virilhas. Actividade com areia é claro. Foi a minha estreia anual em matéria de exposição solar, banho de água glaciar e auto massagem da camada adiposa criada durante o Inverno durante a colocação do protector solar.
Claro que esta minha primeira ida à praia não podia ter sido escolhida em melhor dia. Não só era domingo, como era o primeiro domingo de um micro-clima muito raro por estas paragens, que é a alteração climatérica isenta de vento. Conclusão. Praia a abarrotar ao ponto de nós não escolher-mos o sitio mas o sítio é que nos escolhe a nós.
O gajo começa no início da orla costeira e vai andando com o carro a dez à hora até arranjar um local para estacionar. Assim é muito mais interessante porque nunca sabemos o que nos vai calhar. A mim calhou-me a praia do Cabo Mondego, mesmo em frente ao Aquapark Teimoso. Digam lá que não tenho sorte.
A fauna era variadíssima, mas ainda não é hoje que vou dissecar a população costeira senão ainda escrevo aqui algo de fazer inveja aos volumes do Guerra e Paz. Hoje quero só falar de como nós com a idade complicamos a nossa vida.
Depois de chegados ao escasso areal foi preciso encontrar meio metro quadrado para armar a barraca e ir logo a correr para junto da água. Eu não sou grande adepto de banho, até porque não sei nadar mas achei que ao molhar os pés a elevada temperatura que tinha na cabeça, provocada por uma descomunal ressaca era capaz de se dissipar pela planta dos pés.
Foi assim que consegui observar o sucesso que um puto dos seus sete ou oito anos, escanzelado como é apanágio nessas idades estava a fazer junto das garinas. As da idade dele é claro, como por exemplo a minha filha Bundinha. Parte desse sucesso vinha da actividade radical que ele exercia ao tentar apanhar carreiras sem que houvesse ondas.
Não sei se era pelos quilos de areia com que ele se levantava da rebentação se era porque dava para exercitar a mente através da contagem ao olhar para as costelas dele, sei que não demorou mais do que cinco minutos para que a minha filha metesse conversa com ele.
"
Olá... como te chamas....."."
Gervásio", respondeu o esqueleto humano.
E a amizade floriu imediatamente para uma tarde de amena brincadeira. Se eu achava que o petiz já era o gajo mais sortudo da praia por estar a privar com a maior beldade das redondezas pior fiquei quando chegou a concorrência.
"
Olá, eu sou a Leopoldina, posso brincar contigo?". E foi assim, sem saber a sorte que tinha que o ranhoso do puto privou com duas miúdas durante o resto do dia. Ainda lhe estive para dizer para aproveitar porque tal sorte acaba quando ele realmente tiver idade para apreciar o momento, mas sinceramente, o raio da ressaca não me largava a breguilha e impossibilitava-me de dizer mais do que duas ou três palavras seguidas.
Foi assim, ali sentado que eu comecei a pensar em que altura da nossa vida é que nós complicamos as coisas. Porque é que eu, no alto dos meus jovens trinta e oito anos não pude chegar ao pé da mulatinha que estava esparramada na areia, sem parte de cima do fato de banho e com uma tanga que como por magia desaparecia logo abaixo do cóxis para tornar a aparecer só na zona frontal e dizer-lhe "
olá, eu sou o Big Ass. Queres brincar comigo?".
Claro que não me passaria pela cabeça picar carreiras mas podíamos sempre brincar aos enfermeiros.... sempre aproveitávamos o picar..... deixávamos as carreiras para os mais novos.
Ou então brincar aos médicos. Sempre podia usar uma frase maravilhosa que ouvi no outro dia a um colega meu, gandares de gema, que se viu confrontado com um equizema.
"Aiiiiiiii doutora..... come-me aqui!!!!!!".
Segunda-feira, 18 de Junho de 2007
Foi um fim-de-semana difícil e desta vez não foi por excesso de degustação de azeitonas verdes. Não! O complicado foi que em vez de passar o dito de cu para o ar como costume, andei atarefadíssimo com as preparações para o próximo fim-de-semana.
Não! Não! Não tenho nada a ver com a comissão de festas do S. João.
Os preparativos prendem-se com a comemoração do segundo aniversário do Cu do Mundo, já no próximo sábado, dia 23. Vai ser do melhor. As festas vão começar logo na sexta-feira à noite, mas sobre isso falo outro dia.
A única coisa boa deste fim-de-semana foi que consegui sair da discoteca do costume pelos meus próprios pés.
A culpa foi do autor(a) de outro blogue local com quem estive a falar longamente durante cinco minutos. A conversa esteve tão animada que me esqueci de beber e esse facto estragou-me a habitual média de vinte xaropes. Só bebi sete!
Graças a isso em vez de acabar a noite a dormir nos sofás do primeiro piso até ser expulso pela senhora da limpeza, a dona Maria, acabei por sair direitinho.
À saída deparei-me com uns raios de sol, facto cada vez mais raro nos dias que correm, e decidi ir até à praia ver o mar.
Estava agradável e acabei por apanhar os primeiros raios de sol deste ano.
Primeiros e últimos, porque mais uma vez fui apanhado desprevenido. Malditos telemóveis com câmaras fotográficas.
Porra pá.... um gajo só porque é famoso já não pode estar sossegado na praia??????????
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